Astrologia Cigana
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As
dimensões do Cosmo são tão grandes que se utilizássemos as unidades de
distancia familiares, como metros ou milhas, escolhidas pela sua
utilização na Terra, fariam pouco sentido.
Medem-se
então as distâncias com a velocidade da luz. Assim, como poderiam
entender sobre o Cosmo, a caminhada das estrelas, o Sol e a Lua, gente
que vivia numa terra dividida em castas, cheia de religiões pagãs e
mitos tribais, como os ciganos?
Como poderiam entender de luas e saber de sóis os caldeus, os pais da astrologia?
Mesmo assim eles tentavam.
Armavam seus observatórios toscos e perscrutavam as estrelas.
Destas
pesquisas nasceu a astrologia, pseudociência, mas que tem adeptos em
todo o mundo e que traz alguma verdade, pois é algo sentido e não
racionalizado pelos antigos.
Assim
como não entende o Cosmo, o homem não pode entender a Deus; no entanto,
tenta, cria, sonda e procura voltar-se sempre para Deus.
Daqui
da Terra, lugar de céus azuis de nitrogênio, oceanos de água verde,
tépidas florestas e prados ondulantes, um mundo positivamente belo, nós,
seres humanos, buscamos a Deus.
Assim, os ciganos, como todos os povos da Terra, amam a Deus e sabem que como criaturas criadas tem de haver um Criador.
E através da observação dos astros criaram sua astrologia pouco ou nada divulgada no Ocidente.
Não
é uma ciência, como logicamente o é a Astronomia; tem falhas, mas em
relação ao tipo humano dos caldeus é divulgada por toda a parte, mas tem
também mistérios e seus encantos.
Como a astrologia dos caldeus, a dos ciganos tem também doze signos.
Cada um deles tem suas características, planetas regentes, influências e lendas.
Não
nasceu no entanto de Cláudio Ptolomeu que a criou dos restos das
crenças babilônicas enquanto trabalhava na famosa Biblioteca de
Alexandria.
Foi criada pelos
kakus (feiticeiros) ciganos em suas caminhadas pelas estradas banhadas
de luar e pelas lendas vindas da velha e misteriosa Índia.
A astrologia é a arte de predizer os futuros acontecimentos humanos pela posição das estrelas ou de outros corpos celestes.
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Seu
estudo começou nas antigas civilizações mesopotâmicas e a crença na
eficácia desta arte espalhou-se para a Grécia, no século IV antes de
Cristo, e para Roma antes da era cristã.
Na
índia e na China a astrologia incorporou largamente as teorias e
crenças dos gregos, do mesmo modo que no Egito, a partir de Cláudio
Ptolomeu e seus estudos na Biblioteca de Alexandria.
A astrologia grega, desenvolvida pelos árabes no século VII e VIII, teve grande influência na Europa.
Quando
os árabes invadiram a Índia no século VIII levaram consigo esta
astrologia que os ciganos aprenderam e acrescentaram a ela suas
observações pelas caminhadas.
Na Babilônia ela era considerada um dos meios para conseguir interpretar a vontade dos deuses.
O
segundo meio era o exame das entranhas dos animais sacrificados. Está
ligada aos antigos cultos do Sol e da Lua e da dependência dos céus para
a fortuna e a colheita.
Além do Sol e da Lua, a astrologia se baseava nos cinco planetas então conhecidos e em algumas estrelas mais importantes.
Assim, ela era baseada em conhecimentos astronômicos empíricos.
Não é uma ciência e sim uma arte adivinhatória, onde vale mais a sensibilidade do que a razão.
Os gregos foram os primeiros a traçar horóscopos individuais, tendo por base a posição dos planetas.
Em sua estada na Grécia, os ciganos, sempre ligados em assuntos místicos, aprenderam algo desta técnica.
Como
os babilônios, os ciganos aceitam a teoria da elipse, representando o
curso do Sol durante o ano, dividida por doze constelações, cada divisão
com trinta graus.
Pesquisas
atuais revelam que o fenômeno da precessão dos equinócios já era
conhecido pelos astrônomos da Babilônia. Os árabes divulgaram e
acrescentaram fatos a estas teorias.
Cores, metais, pedras, plantas e animais foram ligados a cada planeta e a cada signo.
Dos
planetas, idêntica associação de idéias abrangeu as constelações do
Zodíaco, que, em um estágio mais avançado da astrologia, foram colocadas
em pé de igualdade com os planetas quanto à influência sobre os
horóscopos individuais.
Assim também a cada um dos doze signos do Zodíaco atribuem-se características e influências próprias.
As
influências benéficas ou maléficas de cada planeta, juntamente com as
do Sol e da Lua, são modificadas pelo signo presente do horóscopo.
Dessa forma, Júpiter pode mostrar riqueza num signo e fama ou beleza em outro.
Saturno pode indicar pobreza em um, má sorte em outro, feiúra em outro ainda.
Os
ciganos, como todos os povos místicos, levam a sério a astrologia.
Inicialmente havia só cinco planetas influindo; hoje sabem que existem
mais quatro gra-vitando em tomo do Sol. Toda a astrologia antiga
acreditava também na força dos quatro elementos: terra, cor marrom; ar,
azul; água, verde; fogo, vermelho. Tentando conhecer as leis dos céus ou
suas regras, os ciganos, os caldeus, os magos e pensadores antigos
buscavam encontrar respostas que até hoje ainda estão encobertas.
Mesmo os maiores astrônomos atuais não conseguiram ainda entender muito do Cosmo, dos planetas e das constelações.
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MARIA HELENA FARELLI
Todos os créditos a Autora do livro e a Editora.
Texto retirado do livro:
Astrologia dos Ciganos
( e sua magia)
Bandeira Cigana
A
Bandeira Cigana, nas cores azul, verde e vermelho, foi aprovada em 1971
em Londres, Inglaterra, no Primeiro Congresso Mundial Cigano e passou a
ser o símbolo internacional de todos os ciganos.
O azul representa o céu sobre nossas cabeças e os valores espirituais.
O
verde representa a natureza, a terra, o orgânico, o crescimento, e as
matas pelas quais muitos caminhos foram abertos pelos ciganos.
A
roda vermelha no centro da bandeira representa a Roda Indiana
(samsara*), mantendo assim vivo o vínculo com o país de origem dos
ciganos.
A roda da bandeira cigana
semelhante a roda do vurdón*, tem 16 aros e significa a evolução do
consciente com os mundos superiores.
Samsara
(sânscrito) - Literalmente significa "viajando".
O
ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue
através de vários modos de existências até que alcance da liberação.
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Vurdón
(romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção".
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